1º) Políticas Universalistas: apoiam-se no ideário da igualdade, expressando objetivos, metas e resultados oficiais de políticas públicas. Ao partir da premissa de que “todos/as são iguais”, recusam-se a fazer recortes de gênero e raça nas políticas públicas, desprezando os indicadores de desigualdades e as reivindicações dos movimentos sociais que lutam por reconhecimento.
2º) Críticas das Políticas Universalistas:
- Pouca ou nenhuma consideração à diversidade do público;
- Considera que as políticas públicas sejam alvo de execução puramente técnica (planeja-se como administrar os serviços oferecidos e abandona o papel político dos gestores/as de favorecer a superação da desigualdade).
- Por não atender a população de forma diferenciada, ouvir as demandas dos movimentos sociais, envolvendo-os diretamente na definição dessas políticas, ela em muitos casos reproduzem ou criam novas desigualdades.
3º) Políticas Afirmativas: constituem-se em mecanismos de diminuição de desigualdades historicamente construídas ou destinam-se a prevenir que novas desigualdades se estabeleçam no tecido social, tendo por base condições de gênero, raça, orientação sexual, participação política e religiosa.
4º) Críticos e Defensores de Políticas Afirmativas:
Queda de Braços entre favores e contras de políticas afirmativas | |
Críticos | Defensores |
Ferem o princípio da isonomia, de tratamento igual para todos, uma vez que ações afirmativas implicam o reconhecimento de diferenças e políticas focadas em raça, ferem o ideal de um povo só; | A raça é um critério real de discriminação na sociedade brasileira; |
Essas políticas levariam ao confronto racial; | |
Em virtude do alto grau de miscigenação prevalente no país, defendem que não há uma demarcação nítida entre os grupos brancos/as e negros/as, não sendo possível definir os/as beneficiários/as. | A construção social do conceito de raça e os significados atribuídos a ela são responsáveis pela forma com que as pessoas são percebidas e classificadas na sociedade; |
Essas políticas levariam a comportamentos oportunistas; | Embora haja riscos reais para comportamentos oportunistas, estes seriam minimizados se as identidades raciais fossem ratificadas pelo Estado; |
O problema do Brasil é a pobreza; para alguns, não há consenso sobre o quanto a diferenciação racial interfere nesse processo; para outros, políticas universalistas endereçadas à pobreza dariam conta de compensar os efeitos da discriminação racial; | Medidas universalistas não previnem a discriminação; |
Essas políticas, além de serem inconstitucionais, abririam precedentes para a formalização de uma hierarquia racial; | Políticas de ação afirmativa poderiam ajudar a formar consenso em relação à raça como um atributo da hierarquia social; |
Políticas afirmativas representam uma violação da propriedade privada; | Não há impedimento constitucional para ações afirmativas sancionadas pelo Estado; |
Ações afirmativas iriam contra os nossos costumes. | Após seis anos de adoção dessas políticas por parte do Estado, alguns bons resultados, sobretudo, na área de educação, desmantelam na base os argumentos contrários. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário