Escrito por: Maria Julia Reis Nogueira, Secretaria Nacional de Combate ao Racismo
27/07/2011
Em 1992, mulheres representantes de 70 países se reuniram na República Dominicana para participar do 1º Encontro Nacional de Mulheres Afrolatinas-americanas e afro-caribenhas, quando ficou estabelecido que o Dia 25 de julho seria o DIA INTERNACIONAL DA MULHER NEGRA NA AMÉRICA LATINA E CARIBE.
A data definida pela ONU representa um marco institucional de luta e de resistência da mulher negra.
Alguns podem se pedem perguntar se existem justificativa para o dia 25 de julho, considerando a existência do 8 de março, quando homenageamos todas as mulheres pelas conquistas alcançadas graças à mobilização em defesa do respeito, da dignidade e de direitos iguais.
Para nós, razões não faltam e podemos apresentar alguns elementos que certamente irão fazer com que se reflita sobre a importância da instituição deste dia:
1- A Mulher negra é vitima de uma dupla discriminação: de gênero e de raça. Ainda não podemos nos esquecer que 25 de julho é dia do trabalhador e da trabalhadora rural, portanto a trabalhadora rural negra é vitima de mais uma discriminação;
2- A s Mulheres Negras chegam e receber mensalmente cerca de 66% menos nos salários quando comparados com os homens não negros;
3- A grande maioria das mulheres negras, 93%, encontra-se no trabalho domestico, o que representa 8 milhões de pessoas. Dessas, 80% não possuem a formalização do vinculo empregatício se quer tem o contrato registrado na CTPS.
Essas poucas considerações, demonstram a necessesidade de se ter pelo um dia em que possamos refletir e debater as questões referentes às mulheres negras e pensar como podemos nos articular para construirmos ações e políticas voltadas para combater a discriminação contras as mulheres, em particular, as negras, ainda mais massacradas, excluídas e discriminadas que as não-negras.
A existência desse dia internacional dedicado às mulheres negras, é necessário e bastante oportuno para podermos refletir, dialogar e pensar ações especificas que viabilizem na prática e no dia-a-dia o combate ao preconceito e à discriminação cotidiana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário